Plutão enfim chegou ao grau 29 de Sagitário. Como sempre com retrogradações eventuais, mas já prenunciando a virada de 2009 com sua entrada em Capricórnio. Se por um lado é cedo para fazermos balanços, é certo que estamos na “raspa de tacho”, no “fim do fim”, do desgaste desta energia e da finalização deste processo coletivo.

Sabemos que, se de um lado Plutão potencializa todos os valores e áreas da vida regidas pelo signo em que está, de outro, o faz dentro de seu estilo energético particular: traz à tona, faz aflorar o oculto, o mal trabalhado, o mal resolvido naquele setor, através de escândalos, crises intensas, muitas vezes relacionadas a perdas de vidas em massa ao nível de Astrologia mundial; em segundo, potencializa, no sentido de que exacerba o poder das áreas regidas pelo signo, traz mais pressão, mas ao mesmo tempo muito mais dinheiro e poder para aquelas entidades que se tornam coletivamente glamourizadas como referências de poder individual; em terceiro traz transformações resultantes de crises, derivadas de conflitos entre vontades potencializadas, sejam ao nível individual, coletivo ou mundial.

A entrada de Plutão em Sagitário em 1996 potencializou o poder político se relacionando com crises, e escândalos que ainda geram debates nesta área: começou, citando-se os EUA como potência de referência no planeta, com o escândalo Mônica Lewinsky no governo Clinton, a eleição polêmica de Bush, o atentado de 11 de Setembro (Sol em Virgem, signo que quadra Sagitário onde Plutão estava ), o 11 de Março na Espanha (Sol em Peixes que também quadra Sagitário ), a guerra no Iraque, o terrorismo ( potencialização do poder de redes invisíveis internacionais, com ramificações em todo o mundo onde o símbolo maior de representação foi o pisciano Bin Laden ).

No Brasil, sucessivos escândalos de ordem política, CPIs em quase todos os setores, se não desembocando em punição, ao menos revelando, trazendo à tona os interesses ocultos, os grandes conchavos de teias financeiras de corrupção, cujo símbolo maior foi representado pela da denúncia de um Sol em Gêmeos- Roberto Jefferson – (na época em oposição exata com Plutão em Sagitário) com um Sol em Peixes (José Dirceu – Plutão quadrado Sol), provocando a queda do poderoso Ministro da Casa Civil.

O fundamentalismo islâmico, através do atentado ao World Trade Center – deu poder indireto a Bush, que se reelegeu apoiado pelo fundamentalismo evangélico; no jornalismo literário e no cinema surgiram artigos e filmes relembrando temas como as cruzadas, repotencializando esta discussão. A morte do Papa e sua substituição, a que mais comoção internacional provocou com ampla repercussão na mídia, onde a CNN e outras poderosas redes internacionais ao vivo esperavam pela cor da fumaça que sairia da Capela Sistina, a rede de TV Al Jazira trazendo um outro ponto de vista e atingindo uma outra massa de pessoas acirraram a discussão de um conflito Ocidente-Oriente, que ainda não está no ar.

No campo do esporte, outra área Sagitariana, vimos o aumento imenso do faturamento de empresas de patrocinadores, onde nomes como Nike, Puma e Adidas passaram a ser reconhecidos como poderosos e milionários, onde os eventos e jogadores patrocinados se tornaram os grandes ídolos em termos de sucesso e faturamento e onde se vestir de forma”esportiva” se tornou muito mais “poderoso” do que de forma clássica, fato atestado pelo preço exorbitante dos tênis (aliado à imensa variedade de ofertas e de camisas oficiais de times e de todo tipo de produto ligado a todo tipo de esporte).

A aviação internacional cresceu, o mundo diminuiu (aliado a toda a questão de Netuno em Aquário), o Judiciário no Brasil foi posto em cheque, nunca se viu tantos juízes enfartados ou acusados de crimes.

O que poderemos esperar do último ano e meio de Plutão em Sagitário? Certamente o fim do governo Bush, saindo pelas portas dos fundos, onde os EUA perdem mais uma guerra a despeito de todo poderio militar que têm; alguns conflitos religiosos ainda podendo ser potencializados, a catarse do podre no poder público, e por aí vai.

Plutão, quando enfim adentrar em Capricórnio, começará um novo longo processo que nos acompanhará durante os próximos anos: as crises no poder executivo, o mundo empresarial posto em cheque, a descoberta do imenso poder de grandes empresários, a glamourização coletiva do poder de estruturar, organizar, persistir, presidir, administrar. Sai o tênis, entre o sapato formal, sai o “training” volta o terno clássico, sai o estilo informal, volta a gravata, não exatamente como com os yuppies dos anos 80 (não há a ilusão de Netuno em Capricórino), mas como descoberta do poder que pessoas sérias, pragmáticas e discretas podem deter a nível universal.

Que estejamos preparados para descobrir o que está oculto em grandes corporações, para ver o quanto países, instituições e vidas individuais são controlados por quem tem o poder real de decisão prática e mais, que estejamos preparados para utilizar estes signos de poder a nosso favor, de forma consciente e construtiva. Afinal, os trânsitos astrológicos nos ensinam sempre que o mundo não pára!

Renato Quintino é astrólogo, artista plástico radicado em Belo Horizonte e Diretor Técnico da CNA.